Cefaleia em salvas (ou Cluster Headache) é um tipo de dor de cabeça diferente das tradicionais enxaqueca e cefaleia tensional.

É conhecida como uma das piores dores de cabeça que o ser humano pode experimentar. Ao contrário das enxaquecas, afeta mais homens que mulheres, acomete apenas um lado da cabeça, mais na região frontal e olho, acompanhada de lacrimejamento, vermelhidão nos olhos, entupimento nasal, coriza, suor no rosto e queda da pálpebra. Um aspecto marcante é a periodicidade das crises, tanto com um período preferencial de ocorrer ao longo do ano, como na sua predileção para atacar mais à noite. Pode ser disparada tanto pela privação do sono quanto o consumo de alguns alimentos como vinho, chocolate, café, queijos dentro outros.

Felizmente, hoje temos uma série de medicamentos potentes para controle desta e outras cefaleias. A mudança de hábitos associados aos gatilhos desta cefaleia também faz parte do tratamento e é indicada quando possível de ser realizada. Nas crises de cefaleias em salvas, o paciente poderá receber oxigênio em altas concentrações associado às medicações para cortar a crise ou ainda pode ser feito um bloqueio anestésico do gânglio esfenopalatino. Este gânglio é um aglomerado de neurônio localizados bem atrás das fossas nasais e geralmente modulam alguns tipos de dores, como as cefaleias em salvas por exemplo. Desta forma, este aglomerado de neurônios pode ser um alvo para o tratamento desta cefaleia.

Entretanto, existem aqueles pacientes que são refratários a todos os tratamentos com medicamentos disponíveis e mudança de hábitos. Ou ainda, existem aqueles pacientes que não suportam os efeitos colaterais destas medicações prescritas para controlarem a dor (antidepressivos, antipsicóticos, antiepilépticos, opióides, etc). Para estes pacientes de difícil controle da dor (chamada dor rebelde), a literatura médica especializada no assunto tem destacado o papel importante da RIZOTOMIA POR RADIOFREQUÊNCIA no Gânglio Esfenopalatino. Trata-se de um procedimento seguro, baixios riscos, realizado com agulha conectada a uma fonte de radiofrequência. Esta agulha é introduzida de forma percutânea (sem cortes), com paciente acordado que leva apenas uma anestesia local na bochecha (ponto de entrada da agulha) associado a uma leve sedação, monitorada por um médico anestesista que proporciona toda segurança junto com o médico neurocirurgião que realiza este procedimento. Além destas vantagens destacadas, a alta hospitalar é logo em seguida que acabar o procedimento e paciente segue vida normal. Para saber mais sobre a taxa de sucesso deste e outros tratamentos da cefaleia em salvas, uma consulta com especialista é fundamental.